Comissão Permanente / Temporária
TIPO : AUDIÊNCIA PÚBLICA

Da COMISSÃO DE FINANÇAS ORÇAMENTO E FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA

REALIZADA EM 12/02/2021


Íntegra Audiência Pública :

COMISSÃO DE FINANÇAS, ORÇAMENTO E FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA

ÍNTEGRA DA ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA EM 2 DE DEZEMBRO DE 2021

(Projeto de Lei nº 628/2021 e Projeto de Lei nº 744/2021)

Presidência do Sr. Vereador Prof. Célio Lupparelli.

Às 11h12, em ambiente híbrido, sob a Presidência do Sr. Vereador Prof. Célio Lupparelli, Vice-Presidente, com a presença do Sr. Vereador Marcio Ribeiro, Vogal, tem início a Audiência Pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira para debater o Projeto de Lei nº 628/2021 (Mensagem nº 32/2021), que “DISPÕE SOBRE O PLANO PLURIANUAL PARA O QUADRIÊNIO 2022/2025”; e o Projeto de Lei nº 744/2021 (Mensagem nº 38/2021), que “ESTIMA A RECEITA E FIXA A DESPESA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PARA O EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2022”, ambos de autoria do Poder Executivo, com a presença da SMFP e da Secretaria Especial da Juventude Carioca.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Nos termos do Precedente Regimental nº 43/2007, dou por aberta a Audiência Pública da Comissão Permanente de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira para debater o Projeto de Lei nº 628/2021 (Mensagem nº 32/2021), que “DISPÕE SOBRE O PLANO PLURIANUAL PARA O QUADRIÊNIO 2022/2025”; e o Projeto de Lei nº 744/2021 (Mensagem nº 38/2021), que “ESTIMA A RECEITA E FIXA A DESPESA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO PARA O EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2022”, ambos de autoria do Poder Executivo, com a presença Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP) e da Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio).
A Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira está assim constituída: Vereadora Rosa Fernandes, Presidente; Vereador Prof. Célio Lupparelli, Vice-Presidente; e Vereador Marcio Ribeiro, Vogal.
Para constatar o quórum necessário à realização desta Audiência Pública, procederei à chamada dos membros presentes.
Vereador Marcio Ribeiro.

O SR. VEREADOR MARCIO RIBEIRO – Presente, Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Há quórum para a realização desta Audiência Pública.
A Audiência Pública, em ambiente híbrido, conta com as seguintes presenças: Vereador Marcio Ribeiro; Marcio Santos; e Vereador Prof. Célio Lupparelli.
Esta Audiência conta com a participação dos seguintes convidados, pela JUVRio: Senhor Secretário Especial da Juventude Carioca, Salvino Oliveira Barbosa; Senhora Subsecretária Especial da Juventude Carioca, Nathália Figueiredo de Azevedo; e Senhor Luis Claudio de Almeida Lopes, assessor técnico de planejamento e orçamento.
Tenho a honra de registrar as seguintes presenças: Senhora Gabriella Rodrigues da Graça Sampaio, chefe de gabinete; Senhora Emília Bezerra da Silva, liderança comunitária do bairro Jesuítas; Senhor Bernardo Cordeiro Pinto, assistente da JUVRio; Senhor Daniel Calarco, presidente do Observatório da Juventude; Senhor Tiago Kneipp, representante do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ); e Senhor Leandro Ferreira, presidente da Associação dos Condomínios Minha Casa Minha Vida do Estado do Rio de Janeiro (ACMMERJ).
Com a palavra, o Senhor Secretário Especial da Juventude Carioca, Salvino Oliveira Barbosa, que dispõe de 20 minutos.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Bom dia a todos e a todas. É uma enorme alegria e honra voltar mais uma vez para esta Casa, desta vez para falar sobre o exercício financeiro da JUVRio para o ano de 2022.
Inicio a minha fala saudando o Presidente da Casa, Vereador Carlo Caiado; a Presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, Vereadora Rosa Fernandes; o Vereador Prof. Célio Lupparelli; o Vereador Marcio Ribeiro; todos da sociedade civil e do TCMRJ, na figura do Tiago Kneipp. Fico muito grato de estar aqui mais uma vez.
Nós vamos falar um pouco do orçamento da JUVRio, que foi recém-criada no terceiro mandato do Governo Eduardo Paes. Ele inicia criando algumas secretarias, entre elas a JUVRio, entendendo a importância de cuidar da juventude carioca.
O quadro da juventude carioca é alarmante. A gente assume a JUVRio contendo uma população de pouco mais de 1,5 milhão de jovens, o que significa um a cada cinco cariocas, compreendendo que a juventude vai da faixa etária de 15 a 29 anos – um quadro muito alarmante. Dessa população jovem, 19,6% não trabalham nem estudam, que é o pior cenário possível. Isso significa que um a cada quatro cariocas, um a cada cinco jovens cariocas não trabalha nem estuda.

(Inicia-se a apresentação de slides)

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – A JUVRio trata de um tema transversal, que acaba atravessando um pouco todas as pautas, mas o nosso principal tema é igualdade e equidade no plano estratégico. Nós temos algumas participações no GT Cooperação e Paz, mas o principal é igualdade e equidade, junto com diversas outras secretarias, como Educação, Mulheres, Assistência, Esportes, Segov, Cultura, Pessoa com Deficiência e Ação Comunitária. Todas essas compõem o GT Igualdade e Equidade, que compreende a redução das desigualdades e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
Metas Estratégicas da Secretaria... Acho que aqui faltou um slide, mas tudo bem. Finalidade do Órgão: a JUVRio tem como compromisso formular pesquisas de diagnóstico sobre a juventude carioca, bem como elaborar e executar políticas públicas ao jovem. Reforçando aqui, a população jovem é um pouco mais 1,5 milhão de cariocas, um a cada cinco cariocas é jovem, compreendendo a faixa etária entre 15 e 29 anos.
Pode passar, por favor.
A JUVRio tem duas grandes metas estratégicas. A primeira: implementar e manter cinco casas e espaços da juventude, que são espaços multifuncionais, direcionados à juventude carioca – sendo um por Área de Planejamento (AP) –, e contemplar pelo menos 100 mil jovens, até 2024, com políticas públicas voltadas para a promoção de bem-estar, geração de oportunidades e estímulo à participação. Essa primeira é a principal meta da JUVRio, que contém quase todos os nossos projetos.
A segunda: envolver, até 2024, pelo menos 100 mil pessoas em processos presenciais e digitais de participação social e cidadania para a concepção de políticas públicas, incluindo ações de diferentes secretarias. Essa é uma meta do planejamento estratégico compartilhada com outras secretarias. Tem os projetos Colabora Rio e Nosso Rio, da JUVRio. Essa meta compartilhada tem como objetivo atingir 50 mil pessoas em 2021.
Da previsão do órgão, temos para a JUVRio, para o exercício de 2021, um montante de R$ 18.146.828,30, divididos da seguinte maneira: R$ 2,471 milhões gastos com pessoal e encargos; outras despesas correntes totalizando R$ 14.407.528,38; e, para investimento, R$ 1,2 milhão.
A previsão para 2022 é de R$ 24.899.822,00, divididos da seguinte maneira: R$ 2,3 milhões para pessoal e encargos sociais; R$ 19,5 milhões para outras despesas correntes; e R$ 2,9 milhões para investimentos.
Entendendo que os projetos finalísticos da JUVRio se encontram em outras despesas correntes e, para investimento, contamos com a aquisição de materiais e obras para manutenção do funcionamento da JUVRio.
Da previsão por função, a JUVRio contou com apenas uma função este ano, sendo entendida pela SMFP como a fundamental para o funcionamento da JUVRio. Em 2022, contará com duas funções: 04, administração; e 14, direitos da cidadania.
No exercício de 2021, como já trouxe no slide anterior, um total de R$ 18.146.828,30, divididos em R$ 2,4 milhões para pessoal e encargos, R$ 14,4 milhões para outras despesas correntes, e R$ 1,2 milhão para investimento.
Para o exercício de 2022, vale ressaltar que houve um replanejamento da JUVRio, por isso decidimos abrir outra função, o direito da cidadania, entendendo melhor inclusive nossa missão institucional. Assim ficou dividido: administração, R$ 5,9 milhões divididos em R$ 2,3 milhões para encargos e pessoal; R$ 3 milhões para outras despesas correntes; e R$ 500 mil para investimento.
Para direitos da cidadania são R$ 18,9 milhões, divididos em R$ 16,4 milhões para outras despesas correntes e R$ 2,4 milhões para investimento.
Da previsão por subfunção, a JUVRio contou, para o exercício de 2021, apenas com a subfunção 122, administração geral; e em 2022, contará com três subfunções: ainda a subfunção 122; a subfunção 422, direitos individuais, coletivos e difusos; e a subfunção 126, tecnologia da informação.
Do exercício de 2021, aqui se repetem os slides anteriores: R$ 18,1 milhões totalizando o orçamento de 2021, divididos em R$ 2,4 milhões para pessoal e encargos; R$ 14,4 milhões para outras despesas correntes; e R$ 1,2 milhão para investimento.
Para o ano de 2022, temos a subfunção administração com uma receita de R$ 5,3 milhões, sendo dessas R$ 2,3 milhões de pessoal e encargos; R$ 2,9 milhões de outras despesas correntes; e R$ 1.000 de investimento.
Na subfunção 422, direitos individuais, coletivos e difusos, para 2022, o total de R$ 18,9 milhões para essa subfunção, divididos em R$ 16,4 milhões para outras despesas correntes e R$ 2,4 milhões para investimento.
Na subfunção tecnologia da informação, temos o montante de R$ 600 mil divididos em R$ 100 mil para outras despesas correntes e R$ 500 mil para investimento.
Da previsão por fonte de recursos, este ano todos os recursos da Secretaria advêm da Fonte 100, Tesouro Municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Mas vale ressaltar que a JUVRio já se organiza para conquistar orçamento de outras fontes, privadas, federais ou estaduais.
Do exercício da Fonte 100, para 2021, totalizamos R$ 18.146.828,30 divididos em R$ 2,4 milhões para pessoal e encargos, R$ 14,4 milhões para outras despesas correntes e R$ 1,2 milhão para investimentos.
Para o exercício de 2022, são esperados da Fonte 100 R$ 24.899.822,00, sendo divididos em R$ 23 milhões para pessoal e encargos, R$ 19,5 para outras despesas correntes e R$ 2,9 milhões para investimento.
Do comparativo da previsão por grupos de despesa, nós temos aqui “Pessoal e Encargos Sociais”, no exercício de 2021, R$ 2,4 milhões; para o exercício de 2022, R$ 2,3 milhões, tendo uma queda de 9,4%. De “Outras Despesas Correntes”, nós tivemos R$ 14.407.528,30 para o exercício de 2021 e prevemos R$ 19.543.828,00 para o exercício de 2022. De Investimento, nós temos R$ 1,2 milhão previsto para o exercício de 2021 e R$ 2.991.000,00 para o exercício de 2022, totalizando no ano de 2021 R$ 18.146.828,30 e para o exercício de 2022 prevemos R$ 24.899.822,00.
Da composição do Plano Plurianual (PPA) para 2022 e 2025, aqui nós teremos dois grandes programas divididos em sete ações e cinco produtos. Dos programas da JUVRio, dos programas estratégicos nós temos o Programa 0656 – Juventude Carioca, que conta os principais projetos da JUVRio e tem uma previsão orçamentária de mais ou menos R$ 18 milhões.
Dos programas complementares, nós temos o Programa 0381 – Gestão Administrativa, que conta com despesas de pessoal e administrativa e tecnologia da informação, contabilizando R$ 5.348.038,00.
Dos programas estratégicos da JUVRio, nós temos o programa, mais uma vez, 0656 – Juventude Carioca, com um total de R$ 18.956.784,00, que conta com valores para outras despesas correntes de R$ 16.467.784,00; de investimento, R$ 2,4 milhões.
O objetivo do Programa 0656. O objetivo é prover o bem-estar, estimular a participação social e fomentar a construção da autonomia e emancipação dos jovens, além de contribuir para qualificação dos dados sobre a juventude carioca. Dos indicadores de acompanhamento desse programa, nós temos um número de jovens cariocas atendidos pelas políticas de promoção do bem-estar, geração de oportunidades e participação social.
Nosso índice de referência tem como unidade de medida o valor absoluto de jovens atendidos. Nós atendemos 12 mil jovens no índice de referência, que se refere de janeiro a novembro do ano de 2021. Tendo esse índice como referência, nós esperamos atender a 80 mil jovens até 2024.
Do Programa 0656, ele se divide em duas grandes ações, a Inclusão Profissional, Promoção da Cidadania e Emancipação dos Jovens Cariocas e a implementação de unidades de apoio à juventude carioca.
Dessas duas ações, cinco produtos que nós analisaremos melhor na página seguinte. Aqui, vale ressaltar que para o exercício de 2021. Dos 12 mil jovens atendidos, com o orçamento da Secretaria, nós tivemos um atendimento per capita de mais ou menos R$ 1.500,00 por jovem.
Do Programa 0656 – Juventude Carioca, por produto, a Ação “Inclusão Profissional, Promoção da Cidadania e Emancipação dos Jovens Cariocas” conta com quatro produtos e um montante de R$ 18.955.784,00.
Do Produto 5040, “Conteúdo de Dados Abertos Continuados nos Canais Digitais”, esperamos R$ 316.000,00 para esse produto e ele tem enquanto meta física a entrega de 100 documentos digitais ou físicos.
Do Produto 5041, “Casa/Espaço da Juventude Mantido”, nós provisionamos um pouco mais que R$ 4 milhões e temos, enquanto meta física, a entrega de nove espaços ou Casas da Juventude.
Do Produto 5042, Jovem Beneficiário dos Projetos, nós temos um valor de R$ 12.630.078, e temos como meta física 13.280 jovens atendidos no ano seguinte.
Do Produto 5043, Iniciativa Premiada em Editais, nós temos um valor provisionado de R$ 2 milhões, enquanto meta física, 50 iniciativas premiadas.
Da Ação Implantação de Unidades de Apoio à Juventude, temos, enquanto produto, 5039 – “Casa/Espaço da Juventude Implementado”, um montante de R$ 1 mil e uma meta física de oito espaços implementados.
Dos Programas Complementares da JUVRio, 0381 – Gestão Administrativa – Igualdade e Equidade. Nós provisionamos para o ano de 2022 um total de R$ 5,9 milhões, divididos em Pessoal e Encargos Sociais: R$ 2,3 milhões. Outras Despesas Correntes, R$ 3 milhões. Investimentos, R$ 500 mil.
Do Produto 0389, Gestão Administrativa – Governança, o Produto 0389 existiu somente no exercício 2021 e contou com o montante de R$ 18.146.828,30, divididos da seguinte maneira: R$ 2,4 milhões para Pessoal e Encargos Sociais; R$ 14,4 milhões para Outras Despesas Correntes; e R$ 1,2 milhão para Investimentos.
O Programa 0381 – Gestão Administrativa, tem por objetivo prover os recursos humanos e os meios administrativos e de infraestrutura necessários à realização das atribuições do Governo no Tema Transversal Igualdade e Equidade.
O Programa 0381 conta com cinco Ações, sendo elas: Apoio Administrativo, Concessionária de Serviços Públicos, Concessionária de Serviços Públicos de Energia Elétrica, Provisão de Gastos com Pessoal, Manutenção e Desenvolvimento de Informática.
Bem, agradeço, mais uma vez, a todos aqui presentes, em especial ao Vereador Prof. Célio Lupparelli. Fico à disposição para perguntas e quaisquer outras dúvidas. Fico lisonjeado por poder estar aqui apresentando o nosso orçamento e dando, cada vez mais, transparência ao funcionamento da máquina pública no que tange a pauta da juventude carioca.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito obrigado, Secretário Salvino Barbosa.
Quero registrar que nossas inscrições estão abertas àqueles que quiserem fazer uso da palavra. Por favor, quem estiver presente no nosso espaço. Os que estiverem pelo Zoom devem se inscrever, por favor, pelo chat.
Antes de passar a palavra ao Senhor Vereador Marcio Santos, eu tenho por obrigação, dentro do script, passar ao secretário as perguntas que foram formuladas pela equipe técnica da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira da Casa. Todas elas estão tratando da inclusão profissional, promoção da cidadania e emancipação dos jovens cariocas.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Vereador Prof. Célio Lupparelli, desculpe-me por interromper.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Pois não.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Será que posso anotar e responder a todas as perguntas no final?

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Sim. Eu vou lhe passar, inclusive. Não precisa anotar, porque eu lhe passo por escrito.
A Ação 2975, “Inclusão Profissional, Promoção da Cidadania e Emancipação dos Jovens Cariocas” apresenta quatro produtos específicos, quais sejam: conteúdo de dados abertos continuados nos canais digitais, espaço da juventude mantido, jovem beneficiário dos projetos e iniciativa premiada em editais.
A previsão de gastos para o ano de 2022, na Ação 2975, é de R$ 18,9 milhões, em sua maioria destinado ao custeio de outras despesas correntes. Pergunto: quais projetos serão desenvolvidos em 2022 pela JUVRio? O Emprega JUV; o Fala, Juventude!; o Data.JUV e o Lab. Juv Rio farão parte dos projetos a serem desenvolvidos no PPA 2022-2025? Quais iniciativas que serão contempladas por meio de editais?
Por fim, quantos Espaços da Juventude estão em funcionamento em 2021?

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Obrigado mais uma vez, Vereador Prof. Célio Lupparelli.
Bom, das perguntas, quais os projetos serão desenvolvidos em 2022 pela JUVRio? O Emprega JUV; o Fala, Juventude!; o Data.JUV e o Lab. Juv Rio farão parte dos projetos a serem desenvolvidos. Vou responder por tópicos aqui.
O Emprega JUV é um grande programa da JUVRio, que conta com alguns projetos. Dentro do programa Emprega JUV, nós temos os projetos Fala, Juventude!; Papo de Futuro; Coquetela RIO; Jovens Promotores da Saúde; que contém, que estão dentro dessas formações, além de algumas outras parcerias com entidades sem fins lucrativos. Sim, esses projetos farão parte do orçamento da Secretaria em 2022.
O Data.JUV também está dentro desses projetos e entra no produto 5040 - Conteúdos de dados abertos continuados nos canais digitais.
Da pergunta seguinte: quais iniciativas serão contempladas por meio de editais? Os editais da JUVRio buscam premiar iniciativas de empreendimentos social formalizados, ou não, e serão avaliados por uma comissão externa.
Quantos Espaços da Juventude estarem em funcionamento em 2021? Nós tínhamos como meta a inauguração de uma Casa do Juventude para o exercício de 2021 e ela esta inaugurada. A primeira casa se encontra no bairro da Pavuna, que concentra os piores indicadores para juventude carioca.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito obrigado, Secretário Salvino Barbosa.
Com a palavra, o Senhor Vereador Marcio Santos.

O SR. VEREADOR MARCIO SANTOS – Presidente Prof. Célio Lupparelli, bom dia. Bom dia, Secretário Salvino Barbosa. Vocês estão me ouvindo?

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Estamos.

O SR. VEREADOR MARCIO SANTOS – Secretário... pela metade já, que o orçamento da JUVRio. Uma das partes do orçamento de R$ 2,375 milhões é para folha de pagamento. Com isso, eu pergunto a Vossa Excelência: qual é o efetivo da JUVRio? Se, depois, pudesse passar para o meu gabinete uma planilha de relação de todo pessoal que estará nesse orçamento de gasto, de previsão de orçamento pessoal, e os valores dos salários, eu agradeço. Passar para o meu gabinete.
A outra coisa, outra pergunta, é: qual o organograma, funcionamento e o fluxograma da JUVRio? Porque é uma secretaria nova, uma secretaria especial, foi criada para tratar do tema de juventude e nós temos pouco conhecimento sobre ela. Se o senhor puder falar um pouquinho do organograma, funcionamento e o fluxograma da JUVRio.
A outra coisa é o orçamento do valor de R$ 17.467.000,00 e R$ 84 mil tem como destinação a inclusão profissional, promoção da cidadania, emancipação dos jovens cariocas. Poderia melhor descrever o que é essa qualificação, esse programa? Quais são os programas que serão desenvolvidos com essa rubrica?
Eu estava acompanhando uma entrevista do Prefeito de Recife, na segunda-feira, se não me engano segunda-feira ou terça-feira. Lá, uma coisa muito interessante: o prefeito de lá está destinando R$ 30 milhões somente para a qualificação profissional.
Eu achei uma coisa interessante que não é, não desqualificando a Casa da Juventude ou qualquer outra coisa, até porque eu vou chegar no sentido para perguntar ao senhor qual é o sentido dessa casa, mas nós não poderíamos investir mais na qualificação dos jovens, até para estar preparado para o mercado de trabalho, inclusive no momento de pandemia que nós vivemos que muitos jovens não têm qualificação?
Antigamente, tinha muito aquela coisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), não é? Hoje, está muito defasado. Inclusive no Governo do Presidente Lula, nos primeiros anos, foi criado o Programa Primeiro Emprego que qualificou... Eu participei desse programa, levando esse programa para a Vila Aliança. Nós qualificamos ali vários jovens e colocamos no mercado de trabalho, não é?
Esses R$ 16 milhões, ou até mais se o prefeito assim desejar, mas nesse primeiro momento R$ 16 milhões, não poderia ser empregado somente em qualificação profissional?
A outra pergunta é o seguinte: o que o senhor chama de emancipação dos jovens cariocas. Essa é uma dúvida que eu tenho aqui. Sobre a qualificação eu já falei.
A Comissão de Juventude que nós temos na Câmara é uma plataforma importante para que possamos divulgar e discutir o orçamento e destinação do orçamento, de forma que eu solicito ao secretário que, em breve, possamos marcar uma Audiência Pública para tratar desse tema específico de qualificação, dessa coisa da Casa da Juventude e tudo mais.
A outra pergunta é o seguinte, a outra dúvida: quais regiões... O senhor falou que serão nove casas, se eu não me engano, se eu peguei até esse momento. Onde serão essas casas? Qual a previsão de atendimento nessas casas? Qual o critério para a escolha dessas nove casas? Por que dessas nove casas? Ah, “porque ali nós temos uma debandada da garotada da escola”; “nós temos ali um índice muito grande de criminalidade”. Ou seja, quero entender qual é o critério adotado pela Secretaria para essas nove casas, nesses nove lugares, se o senhor puder falar para a gente o que é.
Presidente, eu me dou por satisfeito nesse primeiro momento. Queria que o secretário respondesse para mim essas perguntas.
Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Cinco minutos para a sua resposta, Secretário Salvino Barbosa.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Talvez em cinco eu não consiga. Obrigado, Vereador Marcio Ribeiro. Obrigado pela pergunta. Uma honra poder estar respondendo aqui nesta Casa.
A JUVRio tem, hoje, um efetivo de 36 funcionários, sendo eles divididos em quatro coordenações. Quando nós chegamos à JUVRio em dezembro – e aí vale ressaltar, mais uma vez, que é a primeira vez na história da cidade que se tem uma JUVRio – nós tivemos o grande desafio de criar todo o fluxograma e toda a parte administrativa e burocrática da JUVRio.
Nós decidimos, olhando para um ciclo de políticas públicas, dividir a Secretaria em quatro grandes coordenações: a Coordenadoria de Informações e Monitoramento da Juventude, entendendo que toda política pública, se quisermos um êxito dela, precisa ser embasada em dados e, no final desse ciclo, precisa ser reavaliada por uma coordenadoria de informações; a Coordenadoria de Projetos Especiais e Inovação Participativa, que é a Secretaria que ajuda, principalmente, a formular os nossos projetos e políticas públicas, não só, mas a principal; a Coordenadoria de Ações Territoriais, entendendo que nós precisamos de agentes públicos na ponta que nos auxiliem na aplicação da política pública a nível de rua, já entendendo que a burocracia a nível de rua se desenvolve em um formato diferente; e a Coordenadoria de Equipamentos Públicos, que é aquela que nos ajuda a avaliar – e aí já me precipitando a outra pergunta – o melhor local para implementação das Casas de Juventude, casas e espaços da juventude.
Nós buscamos levar as casas e os espaços da juventude, seguindo os critérios determinados pela Coordenadoria de Informação e Monitoramento da Juventude, que avalia as manchas de vulnerabilidade socioeconômica da juventude na nossa cidade.
A primeira casa foi a Casa de Juventude na Pavuna, que concentra os piores indicadores para a juventude carioca e as seguintes serão desenvolvidas em: Complexo do Alemão, Padre Miguel, Cidade de Deus, Estácio, Sepetiba, Providência, Rocinha e São Carlos.
Eu posso, vereador, se lhe faltarem informações, enviar os indicadores que basearam essa decisão, que trazem os índices da juventude carioca sobre o orçamento da ação, inclusão profissional, promoção da cidadania e emancipação dos jovens cariocas.
Nós temos um montante de R$ 18.956.784,00, que nos ajuda a desenvolver as seguintes ações: Emprega Juv, sendo desenvolvido dentro do programa Emprega Juv, o Projeto Papo de Futuro e o Projeto Fala Juventude. Ambos os projetos nascem para dar perspectiva à juventude carioca. Nós entendemos, e também a partir dos dados e diagnósticos da Coordenadoria de Informação, que um dos grandes problemas da juventude carioca se encontra antes da capacitação e no entendimento dessa juventude, enquanto agente da transformação da cidade e ser humano capaz de ocupar qualquer um desses espaços.
Esses dois primeiros projetos, eles buscam trabalhar no campo dos sonhos da juventude, trazer capacitações das mais simples: como funciona o Enem, o que é o ensino superior, o que é o ensino técnico, como elaborar um currículo, como se portar em uma entrevista e demais capacitações, no sentido, inclusive, da economia doméstica e capacitação, da entrada no mercado de trabalho, como funciona o mercado de trabalho.
Aqui entram capacitações iniciais. A gente tem, por exemplo, a iniciação, a operação de drone. Teremos a iniciação a operador de impressora 3D e demais outras capacitações. No Emprega Juv, nós também temos o Jovens Promotores de Saúde, que no passado havia se chamado RAP da Saúde. Agora, a Secretaria da Juventude entendendo que esse projeto é fundamental para a juventude carioca, nós decidimos dar sequência e é aonde os jovens têm o primeiro contato com a área de Saúde, tendo ali as capacitações e orientações dentro dessa área e tendo a missão de multiplicar esses conhecimentos.
Ninguém melhor para falar com outros jovens sobre doenças sexualmente transmissíveis do que os próprios jovens. Ninguém para falar sobre os jovens, sobre doenças psicossociais – e aqui se registra que o suicídio já é a terceira maior causa de morte entre os jovens no Brasil. Ninguém melhor para falar sobre isso do que os próprios jovens.
Dentro do Emprega Juv, nós também temos o Coquetela Rio, que é o nosso curso de bartenders, que tem um alto retorno para a nossa cidade. A primeira turma, de 40 alunos, 39 saíram indicados para o mercado de trabalho. Apenas um não saiu, porque evadiu do projeto na metade. Nas turmas seguintes, a taxa de encaminhamento para o mercado de trabalho se manteve acima dos 90%.
Nós temos também algumas outras formações esperadas. Neste ano, nós tivemos formação de trancista na Casa de Juventude da Pavuna. Esperamos conseguir, como o senhor bem trouxe, vereador, expandir cada vez mais, inclusive, contando com parcerias de formação, com Sistema S e outros parceiros da sociedade civil.
Hoje, nós já temos parceiros como, por exemplo, a Fundação Lourdes e o Isbet, que são organizações não governamentais que encaminham os jovens para o mercado de trabalho. Então, ali eles nos auxiliam na trilha profissional inicial para o jovem, na iniciação no mercado de trabalho. Dos projetos, nós também temos o Semente do Amanhã que busca aproximar o jovem da Agenda 2030 e trazer ele para a realidade local.
Em um mundo que se debate cada vez mais sobre o aquecimento global e desigualdades sociais, é urgente fazer com que essa temática esteja próxima à realidade da juventude carioca. Falar de aquecimento global, enquanto derretimento de geleiras, para uma juventude que não consegue sonhar, é algo muito distante.
Nós queremos aproximar a temática da juventude, fazer com que compreenda que, por exemplo, a enchente de um rio e o entupimento de um bueiro fazem parte da Agenda 2030, e é importante que o mundo caminhe nesse sentido.
Temos o laboratório de inovação participativa da juventude, LabJuv Rio, um espaço de mediação sociopolítica da juventude carioca que busca fazer – e aí respondendo a pergunta sobre emancipação – com que o jovem seja protagonista da própria história. Principalmente, a partir, acredito, de 2013, os nossos jovens passaram a olhar para as estruturas de estado enquanto algo muito negativo e nós queremos resgatar não só o orgulho de ser carioca, mas o entender do funcionamento de que tudo é política; do preço do pãozinho à geração de emprego passam por decisões políticas.
A juventude carioca para se emancipar, enquanto cidadão, enquanto indivíduo e se apropriar da sua própria história, precisa entender esses marcos, entender como funcionam essas estruturas.
O LabJuv Rio é esse laboratório que os jovens se encontrarão em uma ágora para debater o futuro da nossa cidade. E que, inclusive, esperamos que esse espaço possa nos ajudar a fomentar o Plano Municipal da Juventude Carioca.
Esses são, vereador, alguns dos nossos projetos provisionados para o exercício de 2022. Peço, por favor, que, se eu tenha deixado de responder alguma pergunta, sinta-se à vontade para perguntar mais uma vez.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARRELLI) – Muito obrigado, Secretário Salvino Barbosa.
Dando continuidade à nossa Audiência, nós queríamos acertar o seguinte: em primeiro lugar, nós temos pessoas inscritas e o período de inscrição está encerrado. Vamos acertar da seguinte maneira, secretário: nós vamos chamar as pessoas inscritas para a Tribuna Vereadora Marielle Franco; cada uma fará suas perguntas no limite de três minutos e, ao final, o senhor, portanto, responderá, ou sua assessoria, quem couber, aos demandantes.
O primeiro a subir à Tribuna é a Senhora Emilia Bezerra da Silva, liderança comunitária do bairro Jesuítas, que dispõe de três minutos.

A SRA. EMILIA BEZERRA DA SILVA – Boa tarde a todos, porque já é meio-dia.
Eu sou moradora do condomínio Minha Casa Minha Vida, no bairro de Jesuítas. Estamos lá há 10 anos. Temos jovens que chegaram lá com quatro anos de idade, hoje já são pais; temos jovens aqui com 15 anos. Nunca o estado, nem o município, nem o federal se propuseram a botar um projeto para os jovens.
A gente foi para lá para ter as Olimpíadas. Teve as Olimpíadas, e a gente permaneceu esquecido. Os jovens de lá hoje votam; os jovens de lá hoje já têm filho e não têm creche, e não têm trabalho, e não tem desenvolvimento.
Eu fico muito triste em saber que a gente tem uma verba e essa verba pula Jesuítas e vai para Sepetiba. Como é que é isso? Quando eu escutei ele falar os bairros que vão ser abrangidos, ele pulou a última passarela da Avenida Brasil e ele caiu em Sepetiba.
Isso entristece a gente, porque, quem nos colocou lá foram as três esferas – estadual, federal e municipal –, mas nunca investiram nos nossos jovens, não botaram um curso, não botaram um programa. Tudo o que é feito lá é um mês, dois meses. Como é que a gente forma um jovem em um ou dois meses? Eu queria até saber essa mágica, porque eu já sou bisavó, quem sabe eu já ensino a minha netinha de três anos. Tem como me responder isso? Porque a gente é cidadão.
Tenho um CNPJ, mas lá dentro tem um milhão de CPFs. Se o jovem de 16 anos vota, ele tem que ser assistido. O Jesuítas não tem essa assistência. Lá tem mais de 10 condomínios. São mais de 20 mil pessoas.
Vou continuar sempre brigando pelo Jesuítas porque, quando morei na Zona Norte. A Vereadora Rosa Fernandes fazia muita coisa.
Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito obrigado, Senhora Emilia Bezerra da Silva.
A próxima oradora é a Senhora Sayonara Dias, liderança comunitária do bairro Jesuítas, que dispõe de três minutos.

A SRA. SAYONARA DIAS – Boa tarde a todos.
Minha pergunta é simples. Sou moradora do Jesuítas, como já foi dito e, onde eu moro, realmente não vejo estudo, esportes, cursos. Não vou falar muito.
Tenho 26 anos e pergunto: o que o jovem vai procurar? Porque, se não tem curso, não tem esporte, não tem uma escola boa,
 o que vai prendê-los? Era o que eu tinha a colocar.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito obrigado, Senhora Sayonara Dias.
O próximo orador é o Senhor Leandro Ferreira, presidente da ACMMERJ, que dispõe de três minutos.

O SR. LEANDRO FERREIRA – Boa tarde a todos.
Na pessoa do Presidente da Audiência, o Vereador Prof. Célio Lupparelli, quero cumprimentar todos os vereadores da Casa e todos os presentes.
Estou feliz por ver o Secretário Salvino Barbosa aqui mais uma vez. Tudo bem, meu amigo? Camarada, amigo nosso.
Fico feliz pela iniciativa do prefeito de montar uma secretaria voltada para cuidar da juventude e de colocar uma pessoa que é jovem para ficar à frente da JUVRio. Nada melhor do que um jovem para entender a mente de outros jovens.
Eu acredito que nosso secretário não é a pessoa que tem o poder de dizer que vai se gastar “X”. Não acredito que o senhor tenha sido a pessoa que teve autoridade para dizer quanto o senhor teria disponível para poder cuidar da juventude.
Eu, particularmente, acho esse orçamento muito curto. O senhor falou que seria algo em torno de quanto?

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – O valor seria R$ 1.500,00 per capita. Esse é o valor por jovem este ano. São 12 mil jovens atendidos até novembro.

O SR. LEANDRO FERREIRA – Pois é. O valor é muito curto, até porque entendemos que o jovem é o futuro. Então é muito pouco para aquilo que esperamos para o nosso futuro.
Creio que, quando chegar o dia da votação, e os vereadores, vendo esse orçamento, de repente a Câmara vai jogar um pouquinho mais de dinheiro. De repente, o prefeito vai se sensibilizar e colocar um pouco mais de dinheiro, porque sabemos que tudo é dinheiro.
Eu fico muito feliz porque o Salvino veio da Cidade de Deus. Eu vim da Cidade de Deus, morava no Sítio da Amizade, nos barracos de madeira que existiam. Lá era uma área considerada Área de Interesse Social. Só lá no meu condomínio era o pessoal da Pedreira, da Kelson, da Cidade de Deus, de Honório Gurgel, entre outros lugares, e nós fomos colocados dentro dos condomínios.
Só que hoje, secretário, nós nos sentimos discriminados por morar dentro de condomínio. Nós sofremos um grande preconceito. Parece que, para ter atenção do poder público, tem que morar em uma favela, em uma comunidade. Quem mora dentro de condomínio acaba não sendo contemplado.
Para falar a verdade ao senhor, nós nos sentimos negligenciados pelo poder público – parece que não existimos. Esse número que o senhor falou, se o senhor colocar a população que mora dentro dos condomínios Minha Casa Minha Vida, é uma população gigante. Brincando, passamos de 100 mil pessoas. Só na Faixa 1 são em torno de 120 condomínios. Só que Minha Casa Minha Vida, é Faixa 1; Faixa 1,5; Faixa 2 e Faixa 3.
Somos muitos dentro do condomínio, e acredito que a JUVRio não vai negligenciar os jovens que se encontram dentro dos condomínios Minha Casa Minha Vida. Muito me entristece que não vi no Plano Diretor, nem no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), nem em nada, falar sobre as pessoas que moram dentro do condomínio Minha Casa Minha Vida. Nem na SMFP se planeja a população que se encontra dentro dos condomínios Minha Casa Minha Vida.
O que acontece? Vi que tem muitas casas para a juventude.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Tempo.

O SR. LEANDRO FERREIRA – Sim, senhor, meu professor.
Por exemplo, tem uma em Sepetiba. Eu queria saber se a JUVRio vai dar, se tem condições de dar passagem para que as pessoas cheguem até lá. Por exemplo, e quem mora em Cosmo? E quem mora em Paciência? E quem mora em Inhoaíba? E quem mora em Santa Cruz? Sem contar que a maioria está nas comunidades onde tem favelas etc. A única próxima a Santa Cruz é Sepetiba, só que para chegar a Sepetiba não é nem sequer uma passagem, é mais de uma.
Meu secretário, a pergunta que tenho para fazer ao senhor, uma delas, é se dentro do orçamento está incluída a população jovem dos condomínio Minha Casa Minha Vida e se o senhor está aberto a sentar com a ACMMERJ, para conversar sobre a população jovem que está dentro dos condomínios.
Creio que essa JUVRio não vai parar na portaria do condomínio porque tem um CNPJ, porque essa secretaria trabalha com pessoas, e o que não falta dentro do condomínio são pessoas. Inclusive, tinha muito jovem para vir hoje, só não puderam vir, porque é dia de prova, está um pouco mais difícil; alguns acordaram com dor de cabeça etc.
Quero parabenizar o senhor, acredito no senhor, acredito que o senhor vai ter a sensibilidade, que o senhor vem de comunidade, o senhor sabe que a maioria das pessoas que está dentro dos condomínios, que veio reassentada, veio de comunidade, e a gente demanda tanta atenção quanto as pessoas de comunidade.
Para encerrar, só quero lembrar aqui que dentro dos condomínios da Minha Casa Minha Vida só tem direito à assistência social por um ano, Prof. Célio Lupparelli. Vim da Cidade de Deus. A Cidade de Deus tem 50 anos e tem assistência social até hoje.
Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Obrigado, Senhor Leandro Ferreira.
A próxima inscrita é a Senhora Ana Paula Vieira da Silva, integrante da ACMMERJ, que dispõe de três minutos.

A SRA. ANA PAULA VIEIRA DA SILVA – Boa tarde a todos.
Primeiramente, quero agradecer a Deus pela oportunidade de estarmos aqui. Muitos gostariam de estar aqui e por vários motivos não se encontram. Eu gostaria de fazer uma pergunta, e é bem longa, porque engloba vários assuntos que você disse que faria dentro desse projeto.
O que acontece? Fui síndica na Baixada Fluminense e lá existe o Programa do Primeiro Emprego. E você acredita que lá o Governo abriu 700 vagas e, na verdade, só 400 foram utilizadas, porque os jovens não têm documentos? Então, a gente tem que pensar também nisso.
Muitas pessoas que vêm de comunidade passaram por enchente, como já passei, e não tem documento. A dificuldade que se tem de tirar um documento aqui no Rio de Janeiro... Não é só o valor financeiro, é o tempo. Os jovens de hoje têm que parar de estudar para poder ajudar com a renda de casa.
Eu gostaria também de perguntar o seguinte: por que no programa, no projeto de vocês, só se fala em aprender uma profissão e não se fala em esporte? Muitos jovens de comunidade do Estado do Rio de Janeiro têm dom para ser um grande nadador, um grande jogador de futebol, um grande jogador de vôlei, um grande professor de matemática, e nenhum desses dons é puxado pela escola pública. Por que no projeto também não se coloca para fazer um teste psicológico ou pedagógico nesse jovem para ver qual o dom que ele tem? Porque nem sempre ele quer estudar, mas às vezes ele tem um dom que pode trazer uma renda.
Outra coisa também que me deixa um pouquinho chateada é que a gente sempre fala em trabalho, trabalho, trabalho. O meu condomínio Minha Casa Minha Vida é vizinho do maior polo petrolífero do Estado do Rio de Janeiro.
As indústrias, que estão do lado do condomínio onde moro, com os jovens que são os meus filhos e outros jovens, não dão oportunidade de fazer um Jovem Aprendiz com eles. Você já imaginou você estar do lado de um Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de uma Petrobras, e o seu filho não ter oportunidade de aprender um trabalho de montador de andaimes? O curso é caro? Aí, o seu projeto podia englobar isso também para esses jovens, já que esses jovens moram perto de uma indústria, de um polo petrolífero, de um Comperj.
Outra coisa: por que os jovens das comunidades não podem aprender empreendedorismo? O empreendedorismo é uma coisa tão fácil. Posso querer na minha opção de futuro não trabalhar para ninguém, posso querer empreender. Vamos ensinar esses jovens a empreender, a fazer um bolinho, a fazer um café com bolo, a fazer uma lembrancinha. Tantas empresas agora no final do ano fazem lembranças para entregar para os seus clientes.
Gente, é muito fácil! O jovem aprende a tecnologia com uma rapidez que eu, com meus 48 anos, apesar de aparentar ser jovem, porque pinto meu cabelo... A minha filha com a mão nas costas mexe no meu celular, mexe no meu Instagram, e ganho seguidores que, se fosse para eu fazer sozinha, eu não conseguiria.
Por que esse jovem não aprende a ganhar dinheiro através disso? Se você for contratar uma pessoa para te dar uma consultoria nessa área, ela tem um salário, faz o valor dele. Vamos ensinar os jovens também a serem empreendedores. Não é porque somos de Condomínio Minha Casa Minha Vida, não é porque somos pobres que só podemos ser funcionários de alguém.
Muito obrigada pela oportunidade. Uma ótima tarde para todos.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) − Muito obrigado, Senhora Ana Paula Vieira da Silva.
O próximo orador inscrito é o Senhor Wallace Souza, também da ACMMERJ.

O SR. WALLACE SOUZA – Bom dia a todos. Bom dia, Senhor Secretário Salvino Barbosa.
Sou síndico do Minha Casa Minha Vida. A gente costuma brincar que lá é uma minicidade. Sou responsável por 496 apartamentos, o que dá em torno de quase 2.000 pessoas. Moro lá no Jesuítas há 10 anos. Queria só contar um pouquinho para vocês terem ideia de como a gente tem que se virar.
Pela graça de Deus, a gente começa a inventar projetos. Inventei o Velho Aprendiz. O jovem até consegue a vaga, mas o velho acima de 40 anos não tem emprego. Aí, os jovens têm que ir para o sinal de manhã para poder vender bala, faltando colégio, enquanto a mãe está em casa desempregada, porque não tem um curso, não tem nada, não tem uma área que possa agregar.
Na minha rua são mais ou menos 20 mil famílias em torno de 12 condomínios, cada condomínio com 400, 500 apartamentos, e a gente tem que se virar dando aula de informática, fazendo um pouco de pedagogia, arrumando alguém que entenda um pouquinho, psicólogo...
A gente está ali há 11 anos fazendo a gestão do local, nutrindo as pessoas, salvando algumas da ignorância, de se perderem. Então, vindo aqui hoje, fiquei até assustado, porque achei que deveriam deixar alguma coisa um pouquinho lá, porque a gente perto da Avenida Brasil, um local perfeito para um polo como esse, porque ali todo mundo tem acesso à Avenida Brasil. Realmente, onde vão colocar fica um pouco complicado.
Na rua em que moro são 12 condomínios, e para a criança poder ir para um colégio de 2º grau, ela não tem ali perto, tem que pegar um ônibus. Quando vai pegar o ônibus, o motorista fala para ela que ela não pode subir porque não tem carteirinha, não é legal. Então, até para o jovem estudar, para ir para o colégio, ele não consegue. A gente passa por extremas dificuldades onde a gente mora e não tem apoio, nem auxílio.
Conhecendo o senhor agora, o projeto e tudo mais, estou muito feliz, porque acho que hoje é o início de uma nova história. Então, quero parabenizar, aplaudir o senhor.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Obrigado, Senhor Wallace Souza.
Parabéns pela fala, porque comungo totalmente com o senhor. O prefeito foi muito feliz escolhendo o secretário. Vocês estão de parabéns!
Secretário, o senhor tem o tempo que o senhor achar suficiente para responder às perguntas do nosso demandante.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Obrigado, Vereador Prof. Célio Lupparelli.
Primeiro, quero dizer que a Ana Paula realmente parece muito mais jovem do que é.
Bom, nós temos uma trajetória com os Jesuítas iniciada infelizmente em um incidente lá no início do ano, o incêndio que teve, e desde então temos dialogado – o Leandro esteve em conversa com a gente acho que não tem nem um mês, não é? Porque o Leandro é ruim de WhatsApp, hein! Vou contar para vocês. Mas, de verdade, assim, estamos em diálogo direto, e a nossa Coordenadoria de Informações tem levantado os dados para a gente conseguir dar conta das áreas mais sensíveis da cidade.
De toda forma, Ana Paula, Sayonara, Emília, Leandro, Wallace, entendendo que a juventude em vulnerabilidade socioeconômica tem uma dificuldade de se manter e a taxa de evasão é muito alta, quase todos os nossos projetos contam com uma bolsa-auxílio para que o jovem consiga se deslocar. Como bem lembrado pelo Leandro, a minha trajetória é muito parecida com a trajetória dos jovens que vocês trouxeram aqui. Nasci e vivi minha vida quase inteira na Cidade de Deus, em uma casa com 20 pessoas. Vendi água no sinal, vendi doce no ônibus e não tenho a menor vergonha de falar disso, porque... É isso.
Qual é o nome dela? Parabéns, Tailane!
Na verdade, histórias como essa nos inspiram e nos enchem de orgulho, mas elas devem deixar de acontecer. A nossa juventude precisa voltar a sonhar, ter oportunidades dignas como a do Jovem Aprendiz, oportunidade de estar dentro da sala de aula, de poder continuar os seus estudos. Por isso, a JUVRio trabalha todos os dias incansavelmente para que Tailanes, Salvinos e outros jovens deixem de existir nessa realidade tão cruel, para que eles consigam ter oportunidade de transformar as suas vidas e a vida das suas famílias. Só assim a gente consegue construir uma sociedade menos desigual e mais igualitária.
Quando a gente fala de projetos de outras temáticas, Ana Paula, a juventude é uma pauta muito transversal. Então trabalhamos em parceria com todas as secretarias, e a Secretaria Municipal de Esportes (Smel) é uma delas. Temos parceria com a Smel dentro das vilas olímpicas.
Neste momento, por exemplo, e aí já respondendo a outra pergunta sua, na Vila Olímpica de Vila Isabel, está acontecendo o nosso curso de empreendedorismo, o Inova JUV, uma parceria sem qualquer custo para a Prefeitura do Rio de Janeiro, em que os jovens daquela região estão sendo incentivados a empreender cada um dentro da sua área.
Para além do Inova JUV, já tivemos também o Favela Inova, que foi um projeto também sem custo para os cofres públicos que capacitou 89 instituições, uma parceria da JUVRio com o Instituto Pólen – Unisuam, que tivemos ali uma incubadora de startups e uma aceleradora de startups, que contou com muitos jovens de favelas e periferias de uma maneira geral, e o vencedor recebeu um prêmio: além de toda a capacitação – foram mais de 1.000 horas de capacitação –, o vencedor recebeu um prêmio de R$ 5 mil para gastar na Amazon e acelerar o seu empreendimento. Então a JUVRio tem olhado muito...
É claro, olhamos para todos os jovens, mas, em especial, para aqueles que mais precisam de governo. Esta é a nossa missão, como eu trouxe: gerar oportunidade para a juventude carioca. Um dia foi-me dada a oportunidade de transformar a minha vida, e certamente vou trabalhar minha vida inteira para dar outras oportunidades para outros jovens e para que histórias como a minha e como a da Tailane deixem de ser exceção para se tornar a regra, jovens que conseguiram transformar as suas vidas.
Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito obrigado.
Para as considerações finais, com a palavra o Excelentíssimo Senhor Secretário Salvino Oliveira Barbosa, que dispõe do tempo que achar necessário para as suas considerações finais.

O SR. SECRETÁRIO SALVINO OLIVEIRA BARBOSA – Vereador Prof. Célio Lupparelli, eu estava tão inspirado que já fui aqui nas minhas considerações finais.

O SR. PRESIDENTE (PROF. CÉLIO LUPPARELLI) – Muito bem. Boa tarde.
Agradeço a presença de todos e dou por encerrada a Audiência Pública.

(Encerra-se a Audiência Pública às 12h15)

*ANEXO

Recebido 02.12 EltonBarreto-ANEXO - AUD CFOFF.pdf Recebido 02.12 EltonBarreto-ANEXO - AUD CFOFF.pdf

*LISTA DE PRESENÇA


Emília Bezerra da Silva, Kaylane Sibele Soares Pereira, Sayonara Dias, Leandro Ferreira, Walace de Souza, Ana Paula Vieira da Silva, Gabriella Rodrigues da Graça Sampaio, Bernardo Cordeiro Pinto, Cláudio Lopes, Nathália Azevedo, Anderson Pinheiro Lopes, André Pacheco, Robson Dutra, Daniel Calarco, Thiago Kneipp.




Data de Publicação: 12/03/2021

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